Localizada na
Galeria River, bem pertinho do Arpoador, a boutique
Aniki Bobó, de
Celina Moreira da Rocha, fez história no Rio da
década de 70, vestindo os jovens mais descolados da cidade com suas túnicas coloridas, vestidos psicodélicos e calças pantalonas. A moda da Aniki era inspirada, sobretudo, no psicodelismo da
Carnaby Street de Londres, mas trazia com si uma pitada de charme e descontração tipicamente cariocas, a cara de quem frequentava a
Ipanema daqueles loucos anos 70, incluindo as musas
Gal Costa,
Elis Regina e
Rita Lee, fãs de carteirinha da marca...
A descolada Celina Moreira da Rocha, estilista da Aniki Bobó, era a personificação de sua própria marca.
Na foto de O Globo (1972), Gal Costa veste Aniki Bobó. A cantora era fã de carteirinha da marca.
Desfile na boite ZumZum.
A identidade visual da
Aniki Bobó foi criada em parceria com o artista plástico
Gilles Jacquard. O ambiente não poderia ser mais
cool e fascinante. A fachada da loja era toda negra, com a logo em letras garrafais, inspiradas em
Yellow Submarine, dos
Beatles. Os desavisados que passavam pela porta se perguntavam o que poderia ser aquilo: uma
boite, uma loja ou um restaurante? Os mais curiosos, ao entrarem, se deparavam com roupas coloridíssimas e brilhantes, penduradas em móbiles prateados, em meio a espelhos e móveis futuristas que pareciam ter saído do filme
Laranja Mecânica, de
Stanley Kubrick...
Logo da Aniki Bobó, inspirada em Yellow Submarine, dos Beatles.
Fachada da loja, localizada na Galeria River, em Ipanema.
Ilustração de Iesa Rodrigues, 1970.
As peças mais icônicas da
Aniki Bobó foram as
calças pantalonas unissex de veludo molhado, disponíveis em 18 cores e 11 tamanhos diferentes. Eram uniforme obrigatório entre a garotada daquela época. Para adquirirem as suas, homens e mulheres faziam até fila do lado de fora da loja! Celina relembra que um dia, chegando na loja, se deparou com
Gal Costa sentada na calçada, junto a tantos outros jovens, à espera de sua calça de veludo molhado. As peças ficavam prontas em poucos minutos, como conta a estilista, no croqui abaixo...
Dentre matérias de jornal e fotos do acervo da marca, Celina também doou este lindo vestido de lã colorida, todo cheio de recortes, ao
Instituto Zuzu Angel. Mais
Swinging Rio, impossível!... ;)
“Este vestido foi um dos ícones de uma das coleções de inverno da Aniki Bobó. Feito em lã, o que era normal nos meses de junho e julho no Rio de Janeiro.
Com uma de minhas costureiras, Dona Alice, bolamos estes recortes inusitados. Adorava a Carnaby Street e seus coloridos que sempre foram minha inspiração.
Este vestido, junto aos maxi coats, tornaram-se hits (...)
E eu, com 20 anos, não esperava por tanto! Mas estava com as pessoas certas no momento exato! O Rio fervilhava!” – Conta Celina.
Foi meu primeiro emprego!
ResponderExcluirNosso, bjs
ExcluirGostei de saber dessas histórias de moda da década de 70 e das preferências de artista como Gal Costa...
ResponderExcluir#saudade!!
ResponderExcluirSempre tive curiosidade em saber desta marca.. tenho um vestido da minha avó (que nunca conheci) que tem ceetamenre 40 abos no mínimo. . Amo o vestido e após ler esta pagina ja entendo a história desta moda/boutique.. mto bom :)
ResponderExcluiroiiii sinto muito ter chegado aqui tão tarde! sou filha de Celina e gostaríamos MUITO de ver este vestido!! será que esta mensagen na garrafa chegará até você?
ExcluirSempre tive curiosidade em saber desta marca.. tenho um vestido da minha avó (que nunca conheci) que tem ceetamenre 40 abos no mínimo. . Amo o vestido e após ler esta pagina ja entendo a história desta moda/boutique.. mto bom :)
ResponderExcluirMe lembro como se fosse hoje, muitas roupas da loja, inclusive na minha festa de 15 anos, na minha casa na Lagoa, com bata e calça brancas. O perfume, Vivara (Emilio Pucci). :)
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