terça-feira, 1 de março de 2011

O prejuízo que sofre a moda com a saída de cena do sem noção Galliano

Leiam, abaixo, o comentário de Hildegard Angel sobre a demissão de Galliano da Dior, originalmente publicado em sua coluna no Portal R7: www.r7.com/hilde


A maison Dior acaba de divulgar comunicado confirmando oficialmente a demissão de John Galliano. O prejuízo para a alta moda com esta demissão é incalculável. Em um ano, são duas grandes perdas, duas mortes no universo fashion: o suicídio físico de Alexander McQueen, em fevereiro de 2010, e agora o suicídio moral de John Galliano, ambos extremamente talentosos. Não vejo, no horizonte da moda opulenta, de alto luxo, nenhum substituto, no momento, à altura de Galliano, que criava para Dior uma moda tão majestosa quanto seus delírios. Galliano ousa com uma coragem desmedida, assim como McQueen também fazia. Com a diferença que Galliano se prende na forma, é fascinado por ela, enquanto Alexander mergulhava fundo também no conteúdo, fazendo com que sua moda transcendesse o simples exercício fashion, e, através de suas criações, comentava o momento em que vivemos, ironizava, criticava, propunha caminhos. McQueen era um antropólogo da moda, um homem consciente de seu mundo. Galliano, um total inconsequente, apoteótico do luxo e com um gosto tão extraordinário que mesmo seus excessos megalômanos encantavam, hipnotizavam. Um gênio da beleza, um impetuoso, um impertinente. E um lamentável ser humano, totalmente desconectado e sem noção, como todos agora constatamos...

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