Está em cartaz no Palais Galliera, em Paris, uma exposição de cortar o fôlego (eu perdi o meu!) sobre o trabalho de Azzedine Alaïa, estilista ícone dos anos 1980!
Com um par de tesouras, chiffon e couro (duas de suas matérias-primas preferidas), Alaïa ajudou a esculpir o corpo de uma década, como um verdadeiro cirurgião plástico, exaltando as curvas femininas e deixando as mulheres ainda mais belas!
Nasceu na Tunísia, mas foi em Paris que alcançou os holofotes, revelando sua moda para o mundo. Ainda jovem, começou a fazer vestidos inspirados na haute-coutureparisiense para as mulheres elegantes de sua cidade natal. No final dos anos 50, mudou-se para Paris, onde trabalhou na maison Dior por cinco dias. Logo em seguida, foi transferido para a Guy Laroche. Ainda nos anos 60 e 70, desenvolveu roupas para personalidades, como Louise de Vilmorin, Greta Garbo e a escultural Arletty, que acabou elegendo como sua musa. Mas foi em 1981 que Alaïa lançou sua primeira coleção homônima. O tailleur-túnica de couro preto fez um tremendo sucesso!
Com uma moda extremamente feminina e sensual, atrelada à elegância, Alaïa tornou-se conhecido pelas roupas com stretch, fendas, decotes, transparências, zíperes aparentes e cintos largos. Sua roupa, que clamorosamente celebra as formas da mulher, mereceu da mais importante jornalista de moda francesa frase que se tornou célebre: “Alaïa nos devolveu nosso corpo!”. Referia-se à moda dos costureiros que aprisionam e escondem as mulheres, masculinizando-as com peito chapado, negando-lhe os quadris, volumes, masculinizando-a de todo jeito.
A mulher Alaïa é sinuosa, sensual, transpira hormônios em cada ponto de sua costura. É apaixonante.
Além de transgredir na voga comum reinante há algumas décadas de negar à mulher a prerrogativa de ser feminina, Alaïa também vai contra as regras do star system da moda. Ele não participa das temporadas parisienses de lançamento da alta moda, ao contrário. Seus lançamentos são em seu próprio atelier, fechadíssimos, apenas para suas clientes e convidados escolhidos a dedo. Raramente dá uma entrevista. Não faz o jogo do mercado. Afinal de contas ele é,,, ALAÏA!
Por tudo isso, sua moda foi a escolhida para reinaugurar o Museu da Moda, Palais Galliera, em Paris, em sua reabertura depois da grande obra de reforma. Além disso, a exposição Alaïa continua no museu em frente, o Museu de Arte Moderna, ocupando mais dois grandes salões, com algumas roupas feitas especialmente pelo costureiro para esta parte da mostra, em que as roupas são comparadas a obras de Matisse.
E como vizinho nessa mostra espetacular, Alaïa tem ninguém menos do que o estilista de sapatos Roger Vivier no Palais de Tokyo, logo ao lado, separado do Museu de arte Moderna apenas por um pátio, numa exposição retrospectiva que eu altamente recomendo.
Paris respira a memória da moda em seu melhor e maior estilo nesta temporada.
Alaïa e Grace Jones na década de 1980.
Gisele Bündchen em vestido pra lá de sensual by Alaïa
Quem estiver por Paris, não pode perder esta maravilhosa retrospectiva de sua carreira! A expo fica em cartaz até 26 de janeiro de 2014.
Fiquem com mais algumas criações deste gênio da moda…
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